2 de fevereiro de 2006

Como um beijo de borboleta

Foi por que trilhei tantas terras áridas
que o sorriso que recebo agora
é como um beijo suave de borboleta
depositado em pequena flor...

Pousa como um bálsamo
nas feridas abertas
sob a planta dos meus pés
- guerreiros incansáveis
na longa caminhada em curso...

Foram tão frequentes o abuso,
as caras feias,
as palavras grosseiras,
a indelicadeza,
que eu achei que era amor
toda discortesia...

Mas o sorriso que ora recebo
com tanta doçura
age como a brisa em tarde quente...
Chega como um presente
- o incentivo que faltava
para que eu, por mim, também sorria...

E a vida segue seu curso,
independentemente.
Não sei se me leva ou eu a ela,
mas seguimos juntas - lado a lado.
Mãos entrelaçadas.
Cumplicidade mútua...

Como o sol dissolvendo a neve,
apagando a escuridão,
reacendendo os dias,
são sorrisos como esse
que constroem a vida
sob um novo prisma...

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