1 de fevereiro de 2006

Versos ao mar


Eu deveria escrever mais, concordo com quem me disse isso... Para não sobrarem os versos que não fiz e que agora boaiam nesse mar aberto de idéias vagas, feito resto de alimento que não foi bem digerido e a si não restou outro destino que não este: o de ser expelido por inutilidade... Versos que morreram sem nem terem sofrido a experiência ímpar de existir. Filhos abortados. E apenas por que eu não tive o cuidade mínimo de os anotar... Preciso escrever cartas, vou mais adiante. Que é para criar espaços extras para os versos que ficarem flutuando em minha mente, feito fantasmas. Para não deixar que fiquem em branco as folhas do caderno que me dei de presente, onde as palavras orfãs de um sensível poeta, ou de mãos que saibam manejá-las sem pudores, possam repousar... Mas, quem lerá as minhas cartas senão teus olhos atentos ao mínimo de mim, que de longe me observam querendo se achegar? Posso escrever um livro, então. Um livro de memórias. Que faça ressurgir da infância os causos que protagonizei e que agora anseiam por ser reconhecidos. Onde todo o lirismo que por vezes me escapa possa navegar nas mãos de algum desconhecido. Desconhecido como tu, que recolhes versos não escritos. Exatamente como esses que eu displicentemente joguei ao mar...

@ para Jack, que foi quem me incentivou a tirar da gaveta meus escritos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi!
Eu sou Amanda, a menina que falou com vc hj no jornal hj, aluna do Edson!
Pena q a gente não pôde conversar, gosto mto de fotografia e fotojornalismo :)
Gostei muito mesmo do seu blog, das composições, fotográficas e textuais... faço umas relações de imagem e texto no meu flog também :)

Bom, parabéns!