18 de julho de 2005

(In)Cômodos


Esse choro que me brota d'alma
é só um desabafo a mais
vindo do coração.
É só mais um grito
partido
ecoando em meus vazios...

Mas são tantos os vazios que trago
que a tua ausência nem terá sido
o maior desses (in)cômodos
desocupados
que em mim restaram depois que tudo ruiu...

Ruiram meus sonhos de menina,
ruiram também os meus desejos de mulher
(que eu já nem lembro quais são)
que eu já nem sei dizer
se foi bom ou ruim
perdê-los...

Só sei falar desse barulho que me paralisa:
O uivo do vento
passeando pelos buracos do telhado,
pelas frestas das janelas,
pelas portas entreabertas dessa prisão.
Sem nada levar...
Nem trazer.

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