1 de agosto de 2006

Enigma


Difícil é decifrar-te pelos sinais que deixas
Caídos sobre o chão duro
Do caminho árido que trilho
Desde que me associei a ti.

Difícil é decifrar-te pelos sons
Sorrisos escondidos sob a máscara fechada
Ou o bater em descompasso
Do coração gélido que me ofereceste.

Difícil é decifrar-te pelo discurso incoerente
Que de tão tímido já nasceu mudo
Feito árvore que cresce e morre
Sem a finalidade do fruto ou a beleza da flor.

É difícil. E apenas porque preferes assim
Em teu gostar às avessas
Que te sufoca o peito
E adoece até a morte o objeto do teu afeto.

É difícil. E apenas porque preferes os gestos obscuros
Nascidos das sombras em que te comprazes
Para não teres que me olhar de frente
Como ao reflexo do espelho.

É difícil. E apenas por que moldaste a vida
Nos moldes punitivos de uma prisão
Lugar que elegeste para ser a doce morada
Triste e solitária, do teu coração.

Um comentário:

do ás ao rei disse...

Não quero um vida fácil!!! As dificuldades que a fazem valer a pena...
Abraços,
"Albert"