1 de dezembro de 2005

Libélula





Também sofro de invernos
E logo me entrego à prática da hibernação
Até que passem trovões, enxurradas, relâmpagos
E o frio congelante que, de repente, invade minh'alma.

Dou um tempo pro convívio social
E mergulho num sono programado
De onde só saio quando surgem os primeiros raios de sol
E o frescor da primavera invade minhas narinas.

Enquanto isso, fico entre sonhos e pesadelos
Ruminando aprendizagem e mágoas
Selecionando o que é alimento
E o que não me serve mais.

Enquanto isso, sonho com libélulas
Como um estágio intermediário
Entre a lagarta e a borboleta
Sonho comigo, moça feita, à espera do primeiro namorado...

Sonho com sorrisos e olhos gentis
Com pessoas que se abraçam e se confraternizam
Em tardes de Domingo
Sonho com o mundo ideal, a família ideal, o Homem ideal...

Sonho comigo acordada dos meus mecanismos de defesa
Voltando, mais uma vez, para a batalha saudável da vida - refeita!
Sem me abalarem mais, nem a dor nem a morte
Nem mesmo as perdas! Nem a vida...

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