Hoje me ocorreu de olhar pro lado e ver uma porção de coisas que perdi... Enquanto morria de amores, enquanto criava menino, enquanto sonhava com impossibilidades e me desviava do caminho. Que caminho? Sei lá! Só sei que me desviei mesmo. E não foram uma nem duas, mas muitas, as vezes em que me distraí.
Mas enfim! Hoje aconteceu de eu acordar chateada com tudo o que tenho e com a forma como venho conduzindo a vida. Poderia até dizer, a qualquer momento, que estava tudo errado. Mas não fiz. Segurei a frase antes que saltasse afoita pela boca e estragasse tudo o que já estava ruim. Foi assim mesmo que aconteceu: Um esforço inaudito, uma mordida decisiva e o momento crítico foi passando...
Fui inspirando, inspirando, as cores me voltando à face, as toxinas sendo liberadas, as pálpebras abrindo e fechando lentamente e, sem que percebesse, um sorriso me escapou por entre os lábios cerrados. E uma sensação de alívio tomou conta de mim...
Foi uma criança no carro da frente. Tinha uns dois, três anos de idade, e andava naquele ponto do assento traseiro que fica entre o banco do motorista e o do passageiro. Ia em pé até o momento em que o pai arrancou o carro e ele caiu, jogado bruscamente ao assento. A cabecinha desapareceu e no lugar dois pezinhos miúdos e magros se ergueram, como bandeiras sendo hasteadas rapidamente...
Foi uma pausa pra minha “carranquice”. O suficiente para me fazer ver que não havia perdido coisa nenhuma nem tempo algum. Nem com amores, nem com crianças, nem com sonhos impossíveis... Afinal, de que se constrói a vida, se não de descaminhos, atalhos, encontros e partidas? Tudo seria mesmo sem graça se fosse sempre certinho, não é? Não é?! Que importa se você não sabe! Porque eu também não sei...
Só sei que é bem possível que eu nem estivesse aqui: falando do meu cansaço, da vontade que, às vezes, tenho de voltar atrás... e desistir. De começar tudo de novo: Diferente. E da certeza que me dá, logo em seguida, de que o melhor lugar é mesmo aqui. E o tempo mais importante é ainda o presente.
1 de agosto de 2005
Quando as coisas ficam ruins
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2 comentários:
Falta a foto (ou vai dizer que não conseguiu registrar o menino caindo?)
Tendré que aprender portugues rápidamente...
Saludos ignorantes...(por mí claro)...
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