6 de março de 2007

Feito musgo

enquanto fechavas portas e janelas
eu, ao contrário, abria;
qualquer espaço que permitisse a vida
que deixasse entrar a luz
me libertaria a dali.

enquanto fechavas portas e janelas
eu, ao contrário, sonhava;
no verde-musgo do muro
entre ranhuras e fissuras
desenharia um portal.

enquanto fechavas portas e janelas
eu, ao contrário, sorria;
escalando paredes imensas
entre gemidos e murmúrios
sobreviveria a ti.

enquanto fechavas portas e janelas
eu, ao contrário, saia;
sem sequer olhar para trás
mantendo a marcha apressada
definitivamente, partiria.

Um comentário:

Gade Herrera disse...

Cada que entro en tu espacio me llevo una grata sorpresa. saludos Maria Moura.