15 de março de 2006

Quando passaram os ciclos...


Vi teus olhos de repente se turvarem
E o semblante ficar denso, escuro
Como um temporal que pode desabar
No próximo segundo...

Senti tremerem tuas mãos levemente
Embora disfarçasses teus abalos internos
Feito um velho vulcão que renasce
E se remove por dentro, prestes a explodir...

Ouvi ainda teus gemidos surdos
Enquanto abafavas alguma reclamação
Como estrondos espaçados, no escuro
De um possível trovão...

Correste sem rumo feito um lobo
Uivando tua dor sob o clarão da lua
Mas ninguém te ouviu, nem eu
Que corria ao teu lado semi-nua...

Mas foi só quando passaram os teus ciclos
Só quando também venci meus medos
Que eu me dei conta, finalmente
Que falavas de amor e eu não notei.

Um comentário:

Anônimo disse...

quase sempre demoramos mesmo pra notar

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beijo
edu