24 de fevereiro de 2006

Enquanto houver lirismos

Muitas vezes minha alma se rasgou ao meio, meu sorriso ficou sem graça, minha voz... falhou. Meu olhar se perdeu distante em lugares que ainda desconheço.

Muitas vezes perdi-me mesmo foi de amor. E sobrevoei paisagens que só minha imaginação pôde construir. Descobri que o homem tem asas e pode voar quando está apaixonado, mas que raramente esse vôo encontra pouso.
Chorei de rir tantas vezes e ri outras tantas, extravasando as lágrimas que abafava no peito. Perdi os seres que mais amei e achei que tudo estava perdido.
Olhei para o vazio e achei que havia me esvaziado da capacidade de espalhar sorrisos. Vaguei por meus desertos, curvei-me e emudeci. Sofri a ação do tempo e dei tempo a mim e a dor...
Como quem volta da guerra, como borboleta deixando o casulo, como bambus depois de uma tempestade, recobrei as forças, levantei a cabeça e retomei a caminhada.
Vascilantes muitas vezes, meus passos tornaram-se firmes. Indecisa, busquei a prece. Solitária, chorei, sorri e agradeci a Deus.
E ainda hoje, a cada baque que levo, a vida me ensina. E renasce em mim, ainda uma vez, enquanto houver lirismos...

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