21 de novembro de 2005

Entre pedras e sonhos


Entre mim e esta noite
Ergueram-se todos os sonhos
E os pesadelos caíram inertes
Como a realidade desintegrando a ilusão.

Já não doem as expressões de amor
Que ficaram guardados nos peitos de pedra
Nos sorrisos que morreram na face
Pela impossibilidade de amar.

A lâmina gélida que me corta a pele
Fere como picada sem ferrão
Doe menos que o sorriso amarelo
Que ficou guardado na roupa que me cobria.

E eu, mesmo que não quisesse, sorrio ainda; comovida
Entre a inocência da criança e a lucidez de um louco
Porque só os loucos sabem como reinventar a vida
Só eles conhecem a verdadeira solidão.

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