Também sofro de invernos
E logo me entrego à prática da hibernação
Até que passem trovões, enxurradas, relâmpagos
E o frio congelante que, de repente, invade minha alma.
Dou um tempo ao convívio social
E mergulho num sono quase programado
De onde só saio quando surgem os primeiros raios de sol
E o frescor da primavera chega às minhas narinas.
Enquanto isso, fico entre sonhos e pesadelos
Ruminando aprendizagem e mágoas
Selecionando o que é alimento
E o que não me serve mais.
Enquanto isso, sonho com as libélulas
- Como um estágio intermediário
Entre a lagarta e a borboleta -
Sonho comigo, moça feita, à espera do primeiro namorado
Sonho com sorrisos e olhos gentis
Pessoas que se abraçam e confraternizam-se em tardes de Domingo
Sonho com o mundo ideal, a família ideal
O Homem ideal...
Sonho comigo acordada dos meus mecanismos de defesa
Voltando, mais uma vez, para a batalha saudável da vida - refeita
Sem me abalarem mais, nem a dor nem a morte
Nem mesmo as perdas! Nem a vida...
20 de julho de 2005
Libélula
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Um comentário:
Mas nem só de recortar o mundo com os olhos vive Yvette Moura... A virtude está também nas palavras! Lindas e tocantes. De verdade. Um beijo enorme.
Chris Duarte
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